Multi-instrumentista, maestro, arranjador e diretor musical, Waltel Branco teve uma atuação prossional tão plural, que é possível contar a História da música brasileira da segunda metade do século XX para cá por meio de sua trajetória. Esteve no epicentro do surgimento da Bossa Nova (com destaque para a relação próxima com João Gilberto, de quem tornou-se maestro). Como arranjador, transitou por diversos gêneros, do erudito ao popular, do black music ao brega, do samba ao rock, dos festivais aos infantis, da MPB aos regionais. Paralelamente, foi diretor musical da Rede Globo por mais de 25 anos – desde a fundação da emissora –, consagrando-se como um dos responsáveis por cunhar uma linguagem musical aplicada às telenovelas. Além de compor e fazer arranjos para trilhas de novelas (como Escrava Isaura, Irmãos Coragem e Selva de Pedra), atuou em séries, especiais e festivais da casa. Teve, ainda, passagens pelo exterior, com trabalhos com Dizzy Gillespie, Quincy Jones, Laurindo de Almeida, Henri Mancini e Paco de Lucía. Apesar de tudo isso, morreu aos 89 anos sem que a História tenha feito justiça a sua história.